sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Os Melhores de 2010

2010 chegou ao fim! Finalmente poderei fazer algo que sempre quis: minha lista de “Melhores do Ano”. Desta vez será apenas uma lista, mas para o ano que vem pretendo criar um troféu com um nome legal (sugestões são bem-vindas nos comentários).
Entram apenas filmes lançados no Brasil em 2010, portanto não se assuste ao ver títulos que estavam nas premiações do ano passado, ou de não ver os filmes das premiações deste ano. Não me culpe, e sim  às distribuidoras brasileiras. Lembrando que, como tudo aqui no blog, reflete a MINHA opinião. Sinta-se a vontade para concordar ou discordar nos comentários.
Aproveito para agradecer sua visita e dizer que isto aqui tem realmente me feito muito bem. Era para ser apenas um lugar para exercitar a minha escrita, mas a cada retorno por comentário, ou no número de visitantes, que cresce a cada semana, fico mais feliz. Obrigado, de verdade, e nos vemos em 2011.

Filme:

1º Toy Story 3
 O fim de um ciclo. O crescimento de uma geração.

2º O Segredo dos Seus Olhos

3º A Origem
 O blockbuster que faz pensar.

4º Tropa de Elite 2

5º A Rede Social

6º Ilha do Medo
 O pesadelo de Scorsese

7º Scott Pilgrim Contra o Mundo
O vídeo-game filmado.

8º Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 1

9º Kick-ass - Quebrando Tudo

10º Direito de Amar

11º    Vencer                                                   
12º    Enterrado Vivo                                     
14º    O Escritor Fantasma                           
15º    A Estrada                                              
17º    Mother - A Busca pela Verdade
18º    Mary & Max
20º    Preciosa


Diretor:

Christopher Nolan | A Origem
 
Juan José Campanella | O Segredo dos Seus Olhos
David Fincher | A Rede Social
José Padilha | Tropa de Elite 2
Martin Scorsese | Ilha do Medo

Elenco:

 Minhas Mães e Meu pai

A Rede Social
A Origem
Ilha do Medo
O Segredo dos Seus Olhos

Ator:

Leonardo DiCaprio | Ilha do Medo | A Origem
 
Wagner Moura | Tropa de Elite 2
Colin Firth | Direito de Amar
Viggo Mortensen | A Estrada
Jesse Eisenberg | A Rede Social

Atriz:

Giovanna Mezzogiorno | Vencer

Annette Bening | Minhas Mães e Meu Pai
Julianne Moore | Minhas Mães e Meu Pai
Hye-ja Kim | Mother - A Busca Pela Verdade
Gabourey Sibide | Preciosa

Ator Coadjuvante:

Mark Rufallo | Minhas Mães e Meu Pai | Ilha do Medo
 
Andrew Garfield | A Rede Social
Armie Hammer | A Rede Social
Ewan Mcgregor | O Golpista do Ano
Leonard Proxauf | A Fita Branca

Atriz Coadjuvante:

Mo'Nique | Preciosa

Marion Cotillard | A Origem
Soledad Villamil | Segredo dos Seus Olhos
Denise Fraga | As Melhores Coisas do Mundo
Maggie Gyllenhaal | Coração Louco

Fotografia:

Ilha do Medo

A Origem
Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 1
Direito de Amar
A Fita Branca

Melhores Cenas:

Toy Story 3: A última brincadeira


O Segredo dos Seus Olhos: Revelação final
A Origem: Luta no corredor
Harry Potter 7.1: Dança
Melhores Coisas do Mundo: Ovos na parede
O Segredo dos Seus Olhos: Perseguição no estádio
Escritor Fantasma: A passagem do bilhete
Zumbilandia: Bill Muray
A Prova de Morte: 20 minutos finais
Mother: Dança no ônibus

 
Roteiro:

Toy Story 3

A Rede Social
O Segredo dos Seus Olhos
Scott Pilgrim Contra o Mundo
O Escritor Fantasma

Montagem:

A Origem

A Rede Social
O Segredo dos Seus Olhos
Scott Pilgrim Contra o Mundo
Mother - A Busca pela Verdade

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Micro-críticas #03


Direito de Amar

O estilista Tom Ford faz uma ótima estréia dirigindo filmes, e como não poderia deixar de ser, um dos pontos fortes de Direito de Amar é a beleza visual, perfeita. Aliando isso à atuação magistral de Colin Firth (que foi indicado ao Oscar por este papel de um professor homossexual que perde seu parceiro em um acidente e tem de conviver com a solidão até que planeja seu suicídio meticulosamente), e uma Julianne Moore mais linda do que nunca, Ford ainda tem algo a dizer. (Tom Ford, 2010) **** 9,0
 
RED – Aposentados e Perigosos

Um grupo de agentes aposentados liderados por Bruce Willis é perseguido por assassinos. A premissa é boa, e o elenco também, mas RED não vai adiante. Bobo e inverossímil do início ao fim, com um roteiro fraquíssimo. As diversas tentativas de fazer com que o filme seja engraçado são embaraçosas e chega a dar pena de John Malkovich se esforçando nisso em absolutamente todas as aparições. Helen Mirren se diverte aparecendo em cada vez com uma arma maior e roupas chamativas, mas quem realmente rouba a cena é Mary-Louise Parker, que merecia mais tempo na tela. (Robert Schwentke, 2010) ** 5,0            
 
Você Vai Conhecer o Homem dos Seus Sonhos

Nos últimos tempos, Woody Allen vem mantendo uma média de um filme por ano, e de acordo com suas entrevistas, faz apenas para não ficar em casa parado. Geralmente este simples passatempo do diretor resulta em bons filmes, diferente deste. Sem o humor ácido tão famoso de Allen, Você Vai Conhecer o Homem dos Seus Sonhos não tem propósito algum, nem um personagem interessante, nem cena marcante, nem mesmo uma boa risada. Desnecessário, se revela como um dos piores do ano. (Woody Allen, 2010) * 3,0
 
A Fita Branca

Uma sucessão de estranhos eventos coloca uma pequena cidade da Alemanha pouco antes da 1ª Guerra em alerta. Idolatrado pela maioria de meus amigos blogueiros, A Fita Branca não me agradou tanto. Um bom filme, com linda fotografia, ótimas atuações infantis, e bons momentos, mas nada além disso. Michael Haneke nos faz desconfiar de crianças, vá lá, mas isso já aconteceu antes. (Michael Haneke, 2010) **** 7,5
 
Megamente

Sono. Foi o que eu senti ao assistir Megamente. A premissa de focar o filme no vilão é boa, mas não é sustentada nem metade da trama. Com algumas piadas inteligentes, referencias a Barack Obama e reflexões sobre bem e mal interessantes, falha por ser uma comédia sem graça. Nem mesmo as dublagens de Brad Pitt, Will Ferrell e Tina Fey salvam do marasmo. (Tom McGrath, 2010) *** 5,0

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

A Rede Social


“A David Fincher film”. Quando esta frase aparece na telona tenho certeza que verei no mínimo algo muito acima da média. Afinal, um diretor que tem em seu currículo os ótimos “Vidas em Jogo”, “Quarto do Pânico” e “Zodíaco”, os excelentes “Seven” e “Curioso Caso de Benjamim Button” e o excepcional “Clube da Luta”, merece minha confiança (e devo dizer que devo grande parte de minha cinefilia a ele). Ao saber que a história da criação do Facebook seria adaptada ao cinema a partir do livro “Bilionários por Acaso”, não me interessei. Ao descobrir que David Fincher dirigiria, não entendi qual seria seu objetivo, mas de qualquer maneira eu veria o filme. No momento em que assisti ao trailer de A Rede Social, percebi que ele seria capaz de transformar essa história em uma narrativa fantástica.
Já na abertura somos apresentados ao famoso Mark Zuckerberg em uma cena que resume o que será o restante do filme. Diálogos absurdamente rápidos, falando sobre vários assuntos ao mesmo tempo e que nos mostra as diversas facetas do protagonista. Com cinco minutos de filme, já se conhece toda a tridimensionalidade de Zuckerberg: Dotado de um humor ácido e afiado, inteligência imensa, um ego gigantesco, dificuldade para lidar com as pessoas e a forma como “faz de tudo para ser um babaca”.
Transmitir tanto sobre um personagem em tão pouco tempo é também mérito de Jesse Eisenberg, que consegue fazer com que no decorrer do filme, sintamos ódio ou carinho pelo tal babaca, ou as duas coisas juntas. O futuro Homem-Aranha Andrew Garfield também se sai muito bem no papel do brasileiro bonzinho que só se fode Eduardo Saverin e é o melhor do elenco, ao passo que Armie Hammer e Justin Timberlake também cumprem bem suas funções.
Fincher é o cara, mas não sozinho. A Rede Social ganha força pela trilha sonora digital que cai como uma luva, pelo fantástico roteiro de Aaron Sorkin e pela engenhosa montagem de Kirk Baxter e Angus Wall, que intercalam todo o filme com cenas de 2003, quando o fatídico site estava sendo desenvolvido, com outras de dois processos que seu criador respondia, e o que nos primeiros momentos parece confuso revela-se uma ótima saída.
A Rede Social deve ser indicado às principais categorias de todas as premiações, e ao que tudo indica abocanhará a maioria delas, incluindo melhor filme e direção. No meu modesto ranking de Fincher’s, este exemplar se enquadra na categoria dos excelentes.

A Rede Social  *****  9,0
The Social Network
David Fincher, 2010

domingo, 28 de novembro de 2010

Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 1


David Yates é um homem corajoso. Antes de assumir a direção de Harry Potter e a Ordem da Fênix e seguir no posto pelos seguintes, havia feito apenas um filme, mas não hesitou em colocar a sua marca política na série já consagrada.
Harry Potter e as Relíquias da Morte Parte 1 é um filme sombrio, escuro, levado em boa parte excessivamente pelas câmeras de mão demonstrando urgência. Abrindo com o símbolo da Warner em pedaços, nos anuncia o que virá pela frente. Logo em seguida Yates demonstra confiança no amadurecimento do espectador ao vermos uma mulher pendurada de cabeça para baixo, sangrando. Afinal, as crianças que acompanharam a série de filmes e livros desde o início, e me incluo nelas, cresceram faz tempo.  
Muito se diz que HP7 foi dividido em dois por questões financeiras, que são mais do que óbvias. Mas a desculpa dada, de que é um livro denso que ficaria melhor em duas partes, faz sentido. Sim, eu sei que HP5 era maior e deu certo, mas havia diversas tramas paralelas que foram ignoradas corretamente pelo diretor, o que fez muitos fãs o odiarem por isto. Já o sétimo livro é centrado nos protagonistas do inicio ao fim, sem espaço para subtramas. Uma adaptação com qualidade, que chegasse perto da fidelidade que este chegou, só com 4 horas de duração. Ou então, poderiam ter cortado os momentos de sofrimento, introspectivos, e até “parados”, que estão presentes no livro, mas Yates é um homem corajoso. HP7.1 tem trechos cadenciados, algo inimaginável num filme de magia adolescente, o que demonstra que muito mais que um filme de aventura, é um filme sobre amizade. Amizade de três jovens, que depois de sete anos, realmente é colocada a prova. Sendo assim, é ótimo perceber a evolução do trio protagonista. O Daniel Radcliffe amador do primeiro filme deu lugar a um ator que corresponde ao que se espera, algo que já havia demonstrado no filme anterior. Emma Watson cresceu drasticamente como atriz e abandonou as caretas exageradas dos anteriores, para um olhar contido, melancólico, e está perfeita como fio condutor, desde a cena de abertura. Rupert Grint, sempre eficiente, além de servir de alívio cômico, em meio a tanta sombra acaba sendo tomado por ela e nos mostra um lado de Rony que não conhecíamos nas telas.
Sempre critiquei a forma como mortes importantes aconteceram nos filmes anteriores. Filmadas de forma precipitada, sem transmitir emoção nem densidade. Desta vez Yates se esforça, constrói um arco para amarmos certo personagem, para em seguida o vermos partir, de forma sofrida. Ainda que realmente tenha-se feito a lição de casa, a mim, ainda não atingiu em cheio.
Yates e Steve Kloves, roteirista de quase toda a saga, também não deixam sua imaginação de lado ao criar cenas do zero, algo que já fizeram com maestria logo na abertura do sexto filme. E desta vez não é diferente. A melhor cena do filme, não está no livro. Uma sequência de dança envolvendo dois dos protagonistas, que revela como aquela amizade é sólida, o quanto eles se gostam, e o quanto se respeitam. Essa sim, realmente tocante.

Em tempo: Dobby é, de longe, o personagem mais apaixonante de toda a série, e é dele a melhor frase do longa: “Dobby não queria matar, Dobby queria apenas mutilar ou causar ferimento grave.”

Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 1 **** 9,0
Harry Potter and The Deathly Hallows: Part 1
David Yates, 2010

domingo, 21 de novembro de 2010

Micro-críticas #02

Senna
 
O documentário mostra a trajetória na Fórmula 1 deste que foi o maior ídolo do Brasil no esporte. Utilizando apenas imagens de arquivo de bastidores, entrevistas, e imagens de corrida, o diretor Asif Kapadia acerta também ao utilizar a voz de Senna em off em muitos momentos, quase como narrador. É angustiante acompanhar toda a última volta da vida do piloto de dentro do cockpit, esperando a tragédia que amargou o país. Os momentos finais, com imagens de pessoas próximas no enterro e entrevistas de populares desolados pela morte de seu ídolo, especialmente no difícil momento político vivido, é arrasador. Uma delas resume a tristeza: “O povo brasileiro precisa de comida, saúde, educação e um pouco de alegria. A alegria foi embora." Para quem gostava de Ayrton Senna, é necessário, apesar de triste. (Asif Kapadia, 2010) **** 8,5

Esquadrão Classe A

Baseado na série de TV dos anos 80 com o mesmo nome, Esquadrão Classe A lhe propõe desligar o cérebro e se divertir. Eu juro que tentei, mas não consegui. Não dei sequer uma risada durante as longas 2 horas de besteira. As cenas de ação deixam a desejar, e o roteiro parece realmente acreditar que você não pensa, pois explica algo bobo diversas vezes, de várias formas. Perda de tempo total. (Joe Carnahan, 2010) * 3,0


Tropa de Elite 2

Depois do estrondoso sucesso do primeiro filme, onde mostrou os bastidores da polícia militar do Rio de Janeiro, agora o diretor José Padilha enfia o dedo em outra ferida, essa nacional, os políticos. Além do ótimo roteiro, Tropa de Elite 2 traz um elenco em sintonia total, repleto de ótimas atuações, e Wagner Moura se consagra como o melhor ator brasileiro de sua geração. (José Padilha, 2010) ***** 9,5

Kick-ass – Quebrando Tudo

Um adolescente nerd resolve virar um super herói, mesmo sem os poderes do Homem-Aranha, nem o dinheiro do Batman. Existe possibilidade de isso acabar bem? Existe, e como. Inspirado em uma graphic novel, Kick-ass é repleto de imagens que lembram as histórias em quadrinhos. Colorido, violento, rápido, atual e crítico, o filme remete às obras de Tarantino, com bastante sangue e muito bom humor. Como se não bastasse, ainda traz Hit-girl, uma garota de 11 anos que tem tudo para ser a heroína do século XXI. Adorei. (Matthew Vaughn, 2010) **** 9,0
Lula – O Filho do Brasil

Aproveitar-se do ano eleitoral para alavancar bilheterias já não é um bom começo. A história do presidente Lula é realmente muito bonita, mas justamente por isso, merecia melhor tratamento. Arrastado, sem imaginação, e displicente no último ato, é triste que este seja nosso representante para uma vaga ao Oscar, que obviamente não virá. Glória Pires é a única coisa que segura este fracasso. (Fábio Barreto, 2010) ** 4,0
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