domingo, 9 de maio de 2010

DEXTER


A ideia inicial do blog era falar apenas sobre filmes, e ainda é. Mas não consigo deixar de escrever sobre essa série tão fascinante, espetacular e FODA! É claro que me refiro a DEXTER!
Desde a 2ª ótima temporada, eu digo que Dexter ultrapassou Lost no meu modesto ranking pessoal de séries. Mas com esta última, devo dizer que abriu uma vantagem larga, mas larga mesmo, e Lost terá de apresentar um desfecho muito bom para chegar perto disso, o que duvido.
Acompanho a série desde o início, desde a primeira temporada previsível, mas que nos arrebata pela premissa: Um serial killer de seriais killers. Um homem sem sentimentos, que não usa uma máscara na hora de cometer seus delitos, mas a usa diariamente, para conviver com as pessoas ao seu redor, para ser aceito por uma sociedade que não absorve coisas diferentes.
Ao mesmo tempo vamos conhecendo aos poucos esse personagem que deveria ser um monstro (e de fato é), mas que nos conquista a cada episódio, pelo humor, pela sinceridade conosco, e principalmente, pelo carisma e o trabalho perfeito de Michael C. Hall. Aliás, que ator. O cara simplesmente destrói. Depois de três anos de indicações sem vitória ao Globo de Ouro, desta vez ele ganhou, talvez por estarem todos sensibilizados pela sua doença (o ator estava com câncer na época da entrega do prêmio, já curado), mas prefiro acreditar que pela sua competência. É perfeito. A cara de bobão que finge ter, a maneira desajeitada como tenta ser carinhoso, e o monstro em que se transforma quando o “Passageiro das Trevas” toma conta de sua personalidade. Sublime.
Esta 4ª temporada é a melhor da série. Envolvente e intrigante, do primeiro ao último episódio, ela ainda é presenteada com a ótima atuação de John Lithgow no papel de Arthur Mitchell, um serial killer experiente de quem Dexter se aproxima. E como se não bastasse, quando se acha que acabou, somos arrebatados com um final que me faltam adjetivos. Os dois minutos finais são de deixar qualquer um de queixo caído, de boca aberta, com cara de bobo mesmo.
Achei que deveria compartilhar isso, porque cinema é minha paixão, mas sempre que eu encontrar algo que seja melhor que a maioria dos filmes que vemos por aí, eu vou comentar por aqui.
Indico, recomendo, e obrigo aos mais próximos a assistir.

5 estrelas em 5, nota 10 em 10.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Homem de Ferro 2


Em 2008, Homem de Ferro foi lançado sob baixas expectativas e surpreendeu a todos, principalmente com Robert Downey Jr. no papel principal, tornando-se um dos melhores filmes de Super Herói. Agora, dois anos depois, Homem de Ferro 2 foi muito aguardado, talvez esperando-se que fizesse parte da nova safra de filmes do gênero, que tem apresentado suas continuações melhores do que os originais, como Batman O Cavaleiro das Trevas e Homem-Aranha 2. Não decepciona, mas não chega a ser melhor que seu antecessor.
Iniciando exatamente onde o primeiro parou, o que traz um bom ritmo e não deixa o espectador com a sensação de que perdeu nada. Somos apresentados ao novo vilão, muito bem interpretado por um estilizado Mickey Rourke, querendo se vingar de Tony Stark pela morte de seu pai, ao passo que o empresário precisa lidar com problemas de saúde e pressão do governo para liberar o segredo de suas máquinas.
O filme tem uma narrativa ágil, leve e engraçada e revela-se como um passatempo, sem grandes pretensões dramáticas, e atinge o seu objetivo. O roteiro deixa um pouco a desejar ao primeiro filme, mas o diretor Jon Favreau mostra competência com cenas de ação bem construídas e bem realizadas, e efeitos especiais perfeitos.
No campo das atuações, ninguém ainda é páreo para Robert Downey Jr.. Mais sarcástico e egocêntrico do que nunca, o personagem combina perfeitamente com o ator, e são dele os melhores momentos do filme. Scarlett Johansson surge mais bonita do que nunca em cenas divertidas, mas com aquela cara de sedução fixa, parece não ter expressão. O filme ainda trás Garry Shandling impagável no papel do Senador Sterm.
Homem de Ferro 2 não é fabuloso, mas mostra que um blockbuster ainda pode ser blockbuster, com qualidade e fazendo sucesso sem ser necessariamente em 3D.

Homem de Ferro 2 ***
Iron Man 2
Jon Favreau, 2010

domingo, 2 de maio de 2010

Alice no País das Maravilhas


Alice no país das Maravilhas era o filme mais aguardado do primeiro semestre deste ano. Com forte campanha publicitária, e apoiado no carisma de Johnny Depp, realmente criou muitas expectativas por parte de todos. Particularmente, esperava um novo Avatar, com roteiro pífio, mas que impressiona pelo visual. Estava errado, “Alice” não impressiona em nada.
O filme traz Alice, a mesma de 1951, desta vez com 19 anos e prestes a ser pedida em casamento, ela segue novamente o coelho branco e volta ao País das Maravilhas, onde desta vez é ansiosamente esperada para salvar a todos da Rainha Vermelha, que agora governa o lugar.
Protagonizado pela apática Mia Wasikowska, o filme de Tim Burton têm de se concentrar nos coadjuvantes, que saem-se melhor, mas não muito. Anne Hathaway está sem graça e totalmente artificial dos pés à cabeça, e até mesmo Johnny Depp, de quem se esperava a melhor atuação, não apresenta nada além do que já estamos acostumados em “Piratas do Caribe”. Helena Bonham Carter está ótima como a Rainha Vermelha, é o melhor do filme sem dúvida alguma e Alan Rickman, inconfundível na voz da lagarta também é um alívio.
Conhecidos pelo visual diferente e cuidadoso, os filmes de Tim Burton são sempre muito bons visualmente. Aqui temos ótimas sacadas, como o Gato Risonho, e a cabeça absurdamente grande da Rainha Vermelha, mas também decepciona no 3D não utilizado corretamente, apesar dos bons efeitos visuais.
Como se não bastasse, o roteiro de aventura e ação transforma a passiva Alice do livro de Lewis Carroll em uma guerreira, lutando com espadas para salvar aquele mundo que não é dela. Não Convence.
Alice no País das Maravilhas não envolve o espectador, e em momento algum nos da vontade de torcer pela heroína. Soando artificial nas cenas de batalha e num fim sem sentido e desleixado, se revela como um dos piores filmes deste diretor de talento artístico incontestável, mas que ainda não apresentou nenhuma obra prima dramática.

Alice no País das Maravilhas **
Alice in Wonderland
Tim Burton, 2010

sábado, 1 de maio de 2010

As Melhores Coisas do Mundo


O cinema brasileiro ainda não conseguiu explorar o nicho de mercado dos adolescentes. Este novo trabalho de Laís Bodanzky tenta criar uma história divertida para jovens, mas sem a banalidade e a apelação erótica do cinema americano. Repetindo a parceria dos aclamados “Bicho de Sete Cabeças” e “Chega de Saudade”, Bodanzky e o roteirista (e marido) Luiz Bolognesi conseguem chegar lá.
Com narração em primeira pessoa, somos apresentados a Mano, um adolescente comum que sonha em ser guitarrista e tem que enfrentar problemas comuns, como a separação dos pais, a dificuldade da primeira transa, e eleição do grêmio estudantil.
Bodanzky procura trazer o máximo de realidade à trama com cenários que usam locações reais de uma escola, e até mesmo o quarto de jovens de verdade. Esse realismo também está presente nos diálogos rápidos, cheios de gírias e vazios de conteúdo, como são em sua maioria na juventude atual. Nesse sentido o personagem de Fiuk torna-se um estranho no ninho, por parecer ser o único que leva as coisas a sério(talvez até demais). E não é à toa que a fotografia das cenas em que está presente, e seus figurinos, sejam sempre escuros, nos remetendo à sua visível revolta.
O elenco, em sua maioria jovens que nunca haviam atuado, cumpre seu papel corretamente, com destaque à Gabriela Rocha, que traz naturalidade à personagem, e aparenta estar absolutamente confortável no papel. Dos veteranos, Denise Fraga aparece como a mãe compreensiva e inocente, protagonizando junto com o garoto Francisco Miguez uma cena na cozinha, que se revela a mais bela do filme, por tudo que representa, e pelas atuações corretas.
A direção ainda revela criatividade ao mostrar passagens de tempo e um bonito simbolismo, com repetidas cenas envolvendo a escada que leva o protagonista à casa do conselheiro e professor de violão, vivido por um contido Paulo Vilhena, que, aliás, finalmente mostra uma nova face.
Surgindo como um retrato fiel a adolescência atual, e tentando passar boas mensagens contra o preconceito e o culto a fofoca, As Melhores Coisas do Mundo será, para muitos jovens, a melhor coisa do mundo, até que vejam algo novo que tome esse lugar. Afinal, para os jovens, nada pode ser “o melhor do mundo” por muito tempo.

As Melhores Coisas do Mundo ****
As Melhores Coisas do Mundo
Lais Bodanzky, 2010
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